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Laboratório do Processo Formativo
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Browse: Home / 2011 / novembro / Um corpo na multidão: do molecular ao vivido

Um corpo na multidão: do molecular ao vivido

na muvuca da vida

Condições formativas dos corpos HOJE: uma cartografia

Indivíduos-corpos: relativos, interdependentes e interconectados, formando camadas de tecido social instáveis onde a capacidade de manteragregação de si e conexão com as redes funcionais, em cada corpo, desempenha o papel principal.

Forma do lucro: está mais no uso que na produção, os bens estão mais ligados à circulação do que à acumulação.

Ambiente-mercado: produz principalmente serviços, estilos de vida e modos de inserção.

Capitalismo atual: com seu funcionamento em rede nos ameaça com a exclusão e não mais, diretamente, com a captura dos corpos pelo trabalho a serviço das classes dominantes, característica do capitalismo industrial.

Poder mundial: aristocracia financista e multinacional por um lado e redes de colaboração e produção livre, sobretudo, a multidão, por outro.

Perigos: perda das conexões e falsa agregação de si.

holandesa na janela

HOJE em qualquer ponto do planeta

o problema está no horror à exclusão

Exclusão das redes físicas é a morte.

Exclusão das redes sociais é a miséria.

Exclusão das redes de sentido é a loucura.

Nesse ambiente-mercado totalmente midiatizado, onde vivemos hoje, o tempo todo estamos expostos

à informação que nos manipula e horroriza com as situações de exclusão:

doença, envelhecimento, isolamento, violência, miséria, desemprego, desamparo, favela, fila de hospital, etc etc etc etc etc.

AE9, 12 encontro

No estado de apavoramento que atinge a todos, somos tomados pela vivência da desagregação somática desencadeada pela resposta reflexa do tronco cerebral.

Com o reflexo do susto, o processo somático imobiliza e suspende sua continuidade como um modo de barrar a excitação excessiva, fatal para o córtex cerebral.

Mas, ao mesmo tempo, essa mesma mídia que nos apavora, vem, aparentemente, nos socorrer…

oferecendo contornos existenciais vendáveis que prometem forma, contenção da excitação e inclusão.

São imagens de fácil assimilação que suscitam o reflexo da imitação.

Evidentemente, uma gambiarra formativa que dura um piscar de olhos…

Um conceito de corpo tendo em vista os problemas formativos HOJE.

cartografia: sistema nervoso

O corpo é um processador ambiental

em contínua produção de si e de mundo

pela interação de suas camadas embriogênicas

O corpo é um processo

morfogênico

autopoiético contínuo.

do micro ao macro

do nascimento à morte

Tarefas urgentes de cada corpo HOJE:

situar-se na velocidade e na violência dos processos coletivos e cultivar uma potência que lhe permita manter:

  1. agregação de si em continua mutação,
  2. ligações de cooperação com os diferentes ambientes
  3. capacidade de assimilar neural e muscularmente estruturado, como experiência e comportamento.

Forma, funcionamento e comportamento são a mesma coisa, do micro ao macro.

O trabalho sobre os processos formativos e maturacionais de corpos e seus modos-forma de agregação e conexão requer cartografias e práticas precisas.

Sempre observando o modelo do vivo:

excitação, membrana e pulso

continuidade da embriogênese da concepção à morte

bomba pulsátil

corpo canal

peristalse

propulsão no espaço

expressão conectiva

 

Contemplando a anatomia dessas funções: clique abaixo

Imagem: Anatomia Emocional, ©Stanley Keleman, Google Books

Imagem: Anatomia Emocional, ©Stanley Keleman, Google Books

Imagem: Anatomia Emocional, ©Stanley Keleman, Google Books

Imagem: Anatomia Emocional, ©Stanley Keleman, Google Books


Cada corpo é

um lugar na biosfera

um AQUI

um lugar self atravessado por ocos

geneticamente imantado

Myself

Como se faz (my)self em torno de um oco?

O que considerar?

Agregação de partes

Qualidade de membrana

Permeabilidade entre as camadas

Expansão-contração

Auto-reconhecimento

Auto-agência de si

Modos de conexão

Identidade social

…conduzindo substâncias e informação de todo tipo,

bombeando, processando

e gerando ambientes,

internos e externos
sempre em conexão…

Homem sanfona: ícone kelemaniano da bomba pulsátil sustentada pela própria excitação, organizada em sua forma adulta. Veja a imagem neste link: Anatomia Emocional, ©Stanley Keleman, Google Books

Crescimento e maturação do soma:

crescimento e maturação do soma

um continuum formativo de modos de conexão aos ambientes

fusão

dependência

busca de reconhecimento

controle

cooperação

São necessários ambientes confiáveis e tempos formativos para o amadurecimento dos pulsos e superficies de conexão.

A conexão, em sua condição adulta, se dá pela cooperação dos corpos. Cooperar significa:

reconhecer-se apenas parte de processos maiores

agir como parte

formas imaturas se conectam aos campos corpantes

fundindo, dependendo, buscando reconhecimento, dominando…

hoje, em nossa vida visivelmente em rede,

mais do que nunca, urge a cooperação.

como participo do campo corpante?

Um modo de estar no campo corpante: a clínica realinha o processo formativo.

buscando a própria vozBuscando a voz: abrindo a garganta sufocada pelas forças da normopatia que ainda a capturam.

Normopatia é o nome das forças do mainstream.

Todos, de um modo ou de outro, nos afetamos pela sedução desse mundo aparentemente estável.

Todos os corpos e formas, ao se desencadear, já emergem do oceano formativo diretamente num mundo capitalista

regido por poderes e valores que as capturam para dentro de redes de sentido moldando-as e modelando-as.

Isso é a homogênese.

Portanto é vital acessarmos:

o reflexo do susto

as formas-socorro do mercado que envelopam nossa angústia

a paralisação do processo maturacional das formas de conexão

somagrama

como você funciona?

um AQUI biológico

percorrido por ocos

auto-referente

auto-agente

auto-regulado

que vai se constituindo

SUJEITO

co-corpando em campos corpantes através de modos de subjetivação que são os modos sociais de se constituir

SUJEITO

com o poder de interferir em suas próprias formas e manejá-las, dentro do presente coletivo.

A maturação conectiva e a diferença só podem ser produzidas sobre cada corpo, cada processo, cada conexão de modo paciente e artesanal observando as regras da formação biológica onde o corpo e seu cérebro, problematizando cada funcionamento, agem juntos sobre “o que é” e “como é”, e operam experimentações sobre as intensidades e amplitudes de cada forma liberando, assim, forças auto-poéticas que vão se condensando em novas formas a serem captadas, definidas em suas bordas, muscularizadas, praticadas, cuidadas e articuladas aos ambientes, internos e externos.

Uma política do vivo

A biologia tal como é compreendida hoje nos ajuda a contemplar que a organização morfogênica do vivo é molecular e em contínua auto-produção, que a multidão e o vivo operam da mesma maneira, isto é, formativamente, auto-poieticamente.

Esta é uma visão extremamente otimista

O processo de produção de corpos

pode ser enxergado através de um continuum de máquinas de produção de pulsos:

pulso cósmico,

pulso vivo,

pulso genético,

pulso embriológico

membrana e pulso, intensidades e vínculos, desencadeamento de fases formativas,

ambientes assimiláveis ou excessivos,

a produção de si, a produção da diferença,

as ondas formativas, os afetos e o neuromotor…

A seleção natural opera, sempre, do molecular ao comportamento macro,

em possibilidades combinatórias quase infinitas,

o que desabsolutiza funcionamentos e relativiza a fitness

isto é, a encaixabilidade de um fluxo com outro.

Uma gramática formativa necessita estar profundamente ancorada na biologia molecular,

nas regras biológicas da produção dos tecidos e das formas, da maturação dos corpos e suas ligações,

gerando práticas cooperativas do co-corpar e de produção-sustentação de campos corpantes.

Laboratório do Processo Formativo

Regina Favre

setembro 2010

By Regina Favre on 23 de novembro de 2011

Categorias: o que penso
Tags: artigo, biodiversidade subjetiva, palestra

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