assimilar a linguagem do corpo e praticar a corporificação em grupo
“Uma avalanche diária de noticias, evidências e experiências nos mostra que há uma mudança avassaladora, no Brasil e no mundo, desarranjando fortemente nossas vidas. Em outras palavras: os ambientes a que estamos adaptados, sejam família, classe social, trabalho, relações, conhecimento, tecnologias, dinheiro, politica, futuro, estão rapidamente tomando outras configurações que desafiam os modos e comos sustentamos conexão com a nossa própria configuração pessoal e com os acontecimentos que compõem nossa realidade. Esses tempos de rápida trans-formação pedem know-how para que possamos compor novas formas adaptativas de seguir o curso de nossas vidas, gerando e sustentando ambientes”.
Estou propondo um exercício semanal em grupo onde:
- Vamos nos sensibilizar para enxergar os acontecimentos onde estamos imersos como paisagens em continua mutação, mais ou menos rápida, e cartografar, coletivamente, esses acontecimentos que constituem nossos ambientes, pequenos e grandes.
- Vamos ao mesmo tempo, praticar a Anatomia Emocional enquanto corpos individuais imersos nesse jogo de forças coletivo, aprendendo a lógica evolutiva das formas nos ambientes, tais como os vivenciamos neste momento.
- E vamos experimentar a diferença nas novas disposições emergentes dos corpos no espaço, a cada vez.
A Anatomia Emocional, formulada por Stanley Keleman em 1986, traduzida, pesquisada, ampliada, praticada e ensinada por mim por quase 30 anos, oferece uma visão do corpo individual como um processo onde as forças da Evolução prosseguem.
A Cartografia é uma estratégia criada por Felix Guattari, utilizando-se de muitas influências, que nos permite captar as forças atuantes na composição do presente, verdadeiro ambiente onde estamos imersos.
Esse modo de exercício grupal, sua lógica e sua estética tem sua remota origem nos anos 70, quando introduzi no Brasil os Grupos de Movimento que tinham, na época, um forte cunho micropolítico.
O corpo que somos nós, e que traz a potência adaptativa em seu DNA, precisa ser ativado, instrumentalizado, praticado e ter reconhecido o sentido de seus comportamentos anatomicamente estruturados, seu design, no dizer de Darwin.
O exercício visa problematizar nossos modos de funcionar e trazê-los para o presente, numa combinação fina de micromovimento e linguagem.”
Regina Favre
Sobre o Grupo de Exercícios: uma arte do embodiment
O exercício, para mim, hoje, deve dizer respeito à aprendizagem das ferramentas para o embodiment, porque com a prática intencional do embodiment podemos produzir singularidade. As singularidades são respostas únicas ao vivido. Singularidade diz respeito ao presente. É importante aprender a preservar (estabilizar somaticamente) respostas que funcionam.
Hoje, o ambiente dos corpos não é mais a natureza nem só as relações interpessoais dos pequenos ambientes, mas o mercado que é global. Nascemos, vivemos e morremos no jogo de forças do mercado. E o mercado, diferentemente das forças do poder moral das famílias e das instituições, não vigia e pune como antes, mas exerce uma captura das forças formativas nos corpos.
O mercado age diretamente sobre as forças da vida, sobre o desejo nos corpos. A produção constante de imagem e sentido onde estamos imersos é a própria expressão do mercado. Ele inunda e encharca continuamente nosso espaço somático, agindo através de um duplo jogo: a ameaça de exclusão e a oferta de configuração da nossa forma que continuamente se desfaz sob o efeito da velocidade dessas forças. A ameaça de exclusão significa a desconexão das redes que formam nossa realidade global.
O embodiment diz respeito ao processo de produção contínuo de um corpo com material ambiental e as forças formativas do vivo. A arte do embodiment diz respeito ao uso formativo de si enquanto bomba pulsátil imersa no acontecimento.
Agora em sistema digital
Quando: sextas feiras
das 9h00 às 10h30
Valor: R$ 280,00 por mês
Local: Laboratório do Processo Formativo no Zoom.
Inscrições: whatsapp 11-994881700, com Regina